Sustentabilidade da População


A base económica da população vinha do trabalho da terra, com boas e enormes plantações de trigo, aveia, centeio e algumas de milho, grandes olivais de onde eram extraídas as azeitonas para o fabrico artesanal do azeite, havia também a apanha da amêndoa e o cultivo da vinha, havia muitos outros produtos que cada habitante cultivava nas suas hortas e que eram para consumo próprio.


Existiam também dois pastores de ovelhas e um de cabras, criadores de vacas leiteiras e que depois vendiam o leite aos habitantes para estes consumirem no dia-a-dia.

Nos dias de festa, Domingos e ao longo do ano, os habitantes recorriam ao barbeiro local para cortarem o cabelo ou fazerem a barba.

Como na altura as máquinas agrícolas eram muito raras, os habitantes tinham que recorrer aos animais, burros e cavalos, para ajudar no cultivo dos campos, estes por sua vez eram ferrados por um ferrador que vinha de outra aldeia.


As mulheres nos seus poucos tempos livres faziam belas colchas e rendas, actualmente ainda se mantém esta tradição e continuam a “nascer” belos trabalhos em renda. Na década de 80, reuniam-se numa das salas da casa paroquial e ai trocavam ideias, e também aprendiam a bordar.

História e Desenvolvimento

Devido a sua localização, era um bom ponto para a defesa castreja e segundo se consta existiria um castelo no cimo do monte, que actualmente se designa “Alto do Castelo”, pois desse local existe uma excelente vista sobre as freguesias em redor: a poente o Monte Rosa, nascente Penha de Abutre, nordeste Alto da Serra e sudoeste o Maragoto.

Mas a povoação já deveria de existir no início do século XII, altura que começaria a formação da própria aldeia. Segundo os registos, em meados do século XIII, no tempo de D. Afonso III, Vale Frechoso estava integrado, segundo a documentação, na circunscrição administrativa de S. Pedro de Santa Cruz de Vilariça. Pertencia aos homens-ricos da terra, da filiação dos Bragançãos, e iria ser doada por essa época ao Mosteiro de Santa Maria de Bouro. Nas Inquirições de 1258 não existe referência a esta freguesia, apesar de já existir Igreja, em que o padroeiro é S. Lourenço.

Tal acontece apenas com o arrolamento paroquial mandado efectuar por D. Dinis em 1320-21, em que a igreja de S. Lourenço é citada como uma das chamadas "igrejas de Vilariça" e taxada em noventa libras, quantia deveras significativa, ainda mais quando a própria sede paroquial, a igreja de Santa Cruz, tinha apenas nove libras.
No final dos padroados, sabemos que a paróquia de Vale Frechoso era uma abadia de renúncia de apresentação do arcebispo de Braga, talvez desde há vários séculos atrás.

No ano de 1864, existiam em Vale Frechoso 67 fogos com 332 habitantes. A população foi crescendo e em 1890 já existiam 506 habitantes, mas a em 10 anos perdeu 94 habitantes. Nos censos de 1911 a população é de 423, desce depois até 1930 em que a população seria de 379. Na década de 40 e 50 o número de habitantes volta a subir, mas não chega a atingir o recorde de população do ano de 1890. Em 1991 apresentava 277 habitantes sem estes 134 do sexo masculino e 143 do sexo feminino. E em 2001, segundo o resultado dos censos, o número de habitantes seria de 240 as pessoas, sendo 125 do sexo masculino e 115 do sexo feminino. Actualmente o número de habitantes não andará muito distante destes registos.

Nos anos 60, século XX, havia na aldeia um agente de seguros, dois alfaiates,um lagar de azeite em actividade, um negociante de cereais, um encarregado de correio, um ferreiro, lavradores/agricultores, duas mercearia (sóto), uma taberna e uma escola primária.

Vale Frechoso era “governado” pelo Presidente da Junta o Sr. Manuel J. Moreira, e o regedor era o Sr. António M. de Sousa, as professoras eram naturais da aldeia e chamavam-se Prof. Cândida Ochoa e Prof. Emília Azevedo.